Diferencia entre revisiones de «Natália Correia»

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** Fuente: «Necessário é satisfazer o oficio das trevas». ''Sonetos Românticos'', p. 59. Lisboa, Edições O Jornal, 1.ª ed., 1990.</ref>
 
* «Volando sobre una orografía de nubes lechosas, el Boeing 727 me lleva implacablemente a un mundo de fantasmas cuya proximidad aprieta mi estómago como una agonía. Con su impecable asistencia, las hospitalarias azafatas de TAP parecen adivinar [...] la angustia con la que desciendo vertiginosamente la cuesta del regreso. [...] Retaré a los fantasmas de la infancia. Desafiar es crecer.<br>Una gota de miel derramada en un mar de plomo. Es Santa Maria. Cuando la vislumbramos de lejos, desde el vertedero, era señal de lluvia. Dicen que el vertedero ya no existe. ¿Quién robó este observatorio de lo imposible de mi infancia? ¿Quién más me habría robado? Llévame todo menos el [[banco (asiento)|banco]] de [[Antero de Quental|Antero]]. Fue allí donde me encontré tímidamente diferente de las otras niñas. Ahora estoy decidido a reclamar mis fantásticas posesiones de la infancia. La casa de la Rua dos Mercadores con las tías que tenían nombres de flores azotadas por el viento que sopló la poética demencia de la abuela. Y en el centro, la madre, haciendo reír y llorar al piano negro brillante. ¡Date prisa, comandante de esta nave aérea! Haz que tu nave vuele a la velocidad de la sangre que fluye hacía su origen [...]».
** Original: «Sobrevoando uma orografia leitosa de nuvens, o Boeing 727 arrebata-me implacavelmente para um mundo de fantasmas cuja proximidade me aperta o estômago como uma agonia. Na sua impecável assistência, as hospitaleiras aeromoças da TAP parecem adivinhar [...] a expectante angústia com que vertiginosamente desço o declive do regresso. [...] Vou desafiar os fantasmas da infância. Desafiar é crescer.<br>Uma gota de mel derramada num mar de chumbo. É Santa Maria. Quando a vislumbrávamos de longe, do Aterro, era sinal de chuva. Dizem que o Aterro já não existe. Quem roubou á minha infância esse observatório do impossível? Quem mais me teriam roubado? Levem-me tudo menos o banco de Antero. Foi nele que timidamente me achei diferente das outras crianças. Agora estou decidida a reivindicar as minhas fantásticas posses infantis. A casa da Rua dos Mercadores com tias que tinham nomes de flores açoitadas pelo vento que soprava a demência poética da avó. E no centro, a mãe, fazendo rir e chorar o piano negro e lustroso. Depressa, capitão deste navio aéreo! Faz voar a tua nave á velocidade do sangue que corre para a origem [...]».<ref>Almeida (2015), [http://www.culturacores.azores.gov.pt/roteiros/natalia_correia_pt.pdf p. 4.] Consultado el 6 de marzo de 2021.</ref>
** Fuente: «Ilha no manso azul de mãe esperando». ''Mãe ilha'', II. ''Sonetos românticos''. Lisboa, Edições O Jornal 1.ª ed. 1990, p. 24